Excertos retirados daqui. Porque ser escuteiro também é educar.
"Todas as instituições, organizações, grupos, equipas, carreiras, planos, expectativas… apontam sempre para o topo; para que tudo seja imenso, maior, espetacular. A grande marca do escutismo é, paradoxalmente, a simplicidade da sua proposta: “deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos”.
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"BP relembra-nos que o Homem é, estruturalmente, um ser religioso. Isto é, um ser aberto à transcendência, aberto a algo que vai para além dele, que o ultrapassa. Não podemos, por isso, desvalorizar e rejeitar o sentido transcendente da nossa existência, reduzindo todas as nossas esperanças humanas a este nosso frágil e incompleto mundo dos Homens!"
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"BP diz aos jovens de hoje para se apegarem à sua vocação espiritual e intelectual. Não cedam à pressão de um mundo que neles quer matar a mística, o espírito, a fé… à força de os torturar com problemas materiais, tecnológicos, financeiros, de afirmação pessoal, de habitação, de carreira, de futuro…"
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"BP diz aos jovens para acreditarem num mundo melhor, que podem deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram. Mas BP recorda-nos que esta mudança é, sobretudo, interior e tem de começar por nós próprios! Tudo depende de vós, meus escutas… disse-nos BP."
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"O nível de coragem da pessoa em geral tem diminuído ao longo destas últimas décadas. O problema de se descredibilizar uma certa vida de “heroísmo” é que o mundo actual convida-nos a um estado de perpétuo comodismo, de aburguesamento, e de enfraquecimento da vida interior. É um mundo que nos alicia a não crescermos, a não termos espírito crítico, a não sermos mais do que meros consumidores… prolongando artificial e eternamente a infância."
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"É preciso lutar contra os clichés, contra os slogans, contra a manipulação encapotada e a falsa misericórdia. As novas gerações de escutas têm um papel importante a desempenhar."
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"Por outro lado BP diz-nos que precisamos de líderes, de dirigentes, de chefes escutas; não de tiranos, não de autoritários, mas precisamos de líderes com autoridade. E alguém com autoridade é alguém firme, lúcido e clarividente; alguém com autoridade é alguém que tem um ideal, é alguém que constrói coesão, que constrói Comunidade, constrói Agrupamento, constrói Patrulha. As comunidades vivem da verdade e morrem da mentira, dizia o sábio… Precisamos de líderes com autoridade, precisamos de líderes que falem com coragem, precisamos de líderes que falem a Verdade!"
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"A nossa coragem como líderes, não é, contudo, uma descrição de nós próprios, das nossas realizações, dos nossos títulos e medalhas… Nós não estamos na Verdade porque fazemos coisas “espectaculares”, porque fazemos muito voluntariado, separamos o lixo e somos amigos dos animais. Não é o fazer muitas coisas… que, por si só, nos traz a paz e, sobretudo, a “Verdade”. Pois, tal… poderia até, porventura, dar-nos uma ideia muito rica de nós próprios e constituir um entrave que nos mantém fechados em relação à “Verdade”, em relação à Promessa escuta que fizemos!"
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"Precisamos de líderes que se recusem a aceitar esta cultura anti cristã… secularizada mas perfumada, dissimulada mas alegre, cotidiana; que se organiza na cultura, na escola, na universidade, na política, na média, na arte e, pasme-se, dentro da própria igreja!"
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"Precisamos de líderes que se recusem a aceitar este veneno do relativismo contemporâneo, esta teia poluída de argumentos, de razões, de murmurações… Precisamos de líderes que não sejam uma mera personagem psicológica, anímica ou moralista; não se é bom líder por causa da actuação psicológica."