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Aprendizagens e Reflexões

Para consulta #4

Beatriz Costa, 24.05.24

Na sequência dos artigos já publicados sobre a liberdade das crianças - artigo 1, 2 e 3 - hoje partilho um artigo sobre parques infantis, que vai ao encontro do que já foi referido anteriormente - expor as crianças ao risco.

 

A última moda na Alemanha são os parques infantis que privilegiam o risco em vez da segurança a 100%

(Artigo de 2021)

 

"Os novos parques infantis alemães defendem uma nova aproximação à brincadeira: menos segurança, mais riscos. Tudo na medida certa, claro. A ideia vem de um corpo crescente de educadores, professores e produtores de parques infantis que acreditam que os parques devem deixar de privilegiar um ambiente de alta segurança e aversão ao risco, para passarem a incorporar uma dose moderada de perigo. Algum risco permitirá às crianças aprenderem a lidar com situações difíceis e a superar obstáculos – capacidades que lhes serão úteis na vida adulta."

Do escutismo

Beatriz Costa, 22.05.24

Excertos retirados daqui. Porque ser escuteiro também é educar.

 

"Todas as instituições, organizações, grupos, equipas, carreiras, planos, expectativas… apontam sempre para o topo; para que tudo seja imenso, maior, espetacular. A grande marca do escutismo é, paradoxalmente, a simplicidade da sua proposta: “deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrámos.

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"BP relembra-nos que o Homem é, estruturalmente, um ser religioso. Isto é, um ser aberto à transcendência, aberto a algo que vai para além dele, que o ultrapassa. Não podemos, por isso, desvalorizar e rejeitar o sentido transcendente da nossa existência, reduzindo todas as nossas esperanças humanas a este nosso frágil e incompleto mundo dos Homens!"

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"BP diz aos jovens de hoje para se apegarem à sua vocação espiritual e intelectual. Não cedam à pressão de um mundo que neles quer matar a mística, o espírito, a fé… à força de os torturar com problemas materiais, tecnológicos, financeiros, de afirmação pessoal, de habitação, de carreira, de futuro…"

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"BP diz aos jovens para acreditarem num mundo melhor,  que podem deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraram. Mas BP recorda-nos que esta mudança é, sobretudo, interior e tem de começar por nós próprios! Tudo depende de vós, meus escutas… disse-nos BP."

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"O nível de coragem da pessoa em geral tem diminuído ao longo destas últimas décadas. O problema de se descredibilizar uma certa vida de “heroísmo” é que o mundo actual convida-nos a um estado de perpétuo comodismo, de aburguesamento, e de enfraquecimento da vida interior. É um mundo que nos alicia a não crescermos, a não termos espírito crítico, a não sermos mais do que meros consumidores… prolongando artificial e eternamente a infância."

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"É preciso lutar contra os clichés, contra os slogans, contra a manipulação encapotada e a falsa misericórdia. As novas gerações de escutas têm um papel importante a desempenhar."

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"Por outro lado BP diz-nos que precisamos de líderes, de dirigentes, de chefes escutas; não de tiranos, não de autoritários, mas precisamos de líderes com autoridade. E alguém com autoridade é alguém firme, lúcido e clarividente; alguém com autoridade é alguém que tem um ideal, é alguém que constrói coesão, que constrói Comunidade, constrói Agrupamento, constrói Patrulha. As comunidades vivem da verdade e morrem da mentira, dizia o sábio… Precisamos de líderes com autoridade, precisamos de líderes que falem com coragem, precisamos de líderes que falem a Verdade!"

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"A nossa coragem como líderes, não é, contudo, uma descrição de nós próprios, das nossas realizações, dos nossos títulos e medalhas… Nós não estamos na Verdade porque fazemos coisas “espectaculares”, porque fazemos muito voluntariado, separamos o lixo e somos amigos dos animais. Não é o fazer muitas coisas… que, por si só, nos traz a paz e, sobretudo, a “Verdade”. Pois, tal… poderia até, porventura, dar-nos uma ideia muito rica de nós próprios e constituir um entrave que nos mantém fechados em relação à “Verdade”, em relação à Promessa escuta que fizemos!"

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"Precisamos de líderes que se recusem a aceitar esta cultura anti cristã… secularizada mas perfumada, dissimulada mas alegre, cotidiana; que se organiza na cultura, na escola, na universidade, na política, na média, na arte e, pasme-se, dentro da própria igreja!"

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"Precisamos de líderes que se recusem a aceitar este veneno do relativismo contemporâneo, esta teia poluída de argumentos, de razões, de murmurações… Precisamos de líderes que não sejam uma mera personagem psicológica, anímica ou moralista; não se é bom líder por causa da actuação psicológica."

Para consulta #3

Beatriz Costa, 20.05.24

No decurso da licenciatura e do mestrado em educação não se abordaram, tanto quanto se gostaria, temas como o autismo, a dislexia, o défice de atenção, a hiperatividade, etc. Vai se descobrindo ao longo de tempo e da prática. Em conversa com a Maria falamos de espaços, em Braga, que fazem um ótimo trabalho no que diz respeito a dar apoio ao desenvolvimento infantil. Deixo aqui os links:

 

Aproveito para partilhar uma página que pode ajudar educadores e respetivas famílias caso seja necessário dar mais apoio às crianças durante o seu desenvolvimento. "O Sistema Nacional de Intervenção Precoce integra um conjunto organizado de serviços da responsabilidade dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Segurança Social e da Educação dirigido a crianças entre os 0 e os 6 anos e suas famílias e tem como missão garantir a Intervenção Precoce na Infância."

A ver... #13

Beatriz Costa, 23.04.24

Mulher dona de casa? Trabalho é "diferente entre homem e mulher", diz co-autor de "Identidade e Família"

 

 

"Porquê tantas críticas ao livro 'Identidade e Família'? Porque não o leram"

 

 

"O livro "Identidade e Família" é polémico, mas é bom que existam pontos de vista diferentes na sociedade"

 

 

Livro "Identidade e Família" é "uma representação das ideias derrotadas na sociedade portuguesa"

 

 

A família tradicional está a ser atacada? O debate de Rita Matias e Joana Mortágua na íntegra

 

 

Não li o livro e diz-se que não se deve julgar o livro pela capa...

 

"Na obra critica-se a legislação “que facilita o divórcio”, a procriação medicamente assistida, o direito ao aborto, a eutanásia, o casamento e a adoção por pessoas do mesmo sexo, a criminalização de terapias de conversão ou a educação sexual nas escolas que ensina “a arte do prazer”. A família “com pai e mãe” é o essencial na “formação da identidade”. Aponta-se o dedo aos “influencers digitais, espalhados pelas redes sociais que, em nome de uma pretensa liberdade, fomentam a desorientação das pessoas”, ou ao “sequestro dos conteúdos programáticos” na escola pública, a propósito da ideologia de género “sem base científica” e que “compromete o desenvolvimento humano”." Artigo de Raquel Moleiro aqui.

 

"Com a apresentação do livro “Identidade e Família” vieram à luz do dia algumas convicções que se apresentam como defensoras da valorização do papel da mulher enquanto dona de casa, ao mesmo tempo que enaltecem a maternidade e a dedicação à família, como se o exercício da parentalidade, a educação dos filhos, o conforto da família ou a gestão da casa, fossem funções e responsabilidades exclusivas da mulher, imputáveis apenas a si… Na verdade, o anterior representa a tentativa de resgatar um pensamento iminentemente machista, eivado da representação da mulher como uma boa dona de casa, submissa e insignificante em termos intelectuais, mascarado da preocupação com o estatuto das mulheres que, coitadinhas, precisam de ser valorizadas enquanto donas de casa…Artigo de Paula Dias aqui.

 

"Durante esta semana que passou fui surpreendido com a apresentação de um livro, "Identidade e Família", que contou com a presença de Pedro Passos Coelho assim como várias figuras destacadas de uma nova, velha, direita. Sinceramente foi para mim uma tremenda desilusão... Felizmente um amigo arranjou-me o livro, e apesar de ainda não o ter lido na sua totalidade, as citações já nos levavam para um caminho promissor." Artigo de Filipe Vaz Correia aqui.

 

"Não redigi este artigo para falar da imensa falácia que o conceito de “família tradicional” encerra, porque isso, creio, em pleno século XXI, é apenas redundar no que já todos sabemos. E é tão aborrecido dizer, de novo, que o modelo Pai+Mãe+Filhos não constitui uma fórmula estanque para a felicidade e o equilíbrio emocional dos seus elementos, ou da própria sociedade; ou de como atrás desta fórmula se esconderam – durante anos – vidas reduzidas e circunscritas ao poder patriarcal; ou ainda repetir que, sob a égide da família ideal, se subterravam abusos, infidelidades, maus-tratos, violência." Artigo de Ana Pinto aqui.

Webinar - "Libertem as crianças"

Beatriz Costa, 25.03.24

(Vídeo retirado do YouTube)

 

Um webinar com o professor Carlos Neto que veio reforçar a leitura do seu livro, já falado aqui e aqui. O webinar foi realizado através da plataforma Zoom, para quem se inscreveu, mas devido ao número elevado de participações a instituição partilhou o vídeo também no YouTube.

 

O FUTURO:

  • Estranho, imprevisível, desconhecido...
  • É necessário dar ferramentas às crianças para que elas se adaptem às adversidades.

 

O BRINCAR EM DECLÍNIO:

  • Aparecimento de desordens mentais, para além das físicas.
  • Desaparecimento da "escola de rua".
  • As transições - digitais, educacionais, climáticas...
  • Ver a "cidade" pelo vidro do carro.
  • Portugal - o país mais sedentário da Europa.
  • Declínio da saúde mental.
  • Aumento da obesidade.
  • "Pandemia do século" - muito tempo sentados.

 

O BRINCAR:

  • Plasticidade e amplitude neurológica.
  • Capacidade adaptativa.
  • Brincar não só com brinquedos, mas com objetos da natureza, brincar com os outros, brincar ao "faz de conta".
  • Confrontar-se com o risco (físico, mental, emocional, digital...).
  • Dá-se mais importância à sujidade das crianças, devido às brincadeiras, do que aos perigos digitais.
  • Necessidade de contacto físico - brincar às lutas, à fuga, à perseguição, à simulação da morte. Não proibir, incentivar.
  • Quanto mais confronto com o risco, maior segurança. Dá-se o exemplo dos países nórdicos - um bom exemplo de uma educação mais voltada para a natureza e mais ousada.

 

AÇÕES MOTORAS - BRINCAR:

  • Equilíbrio.
  • Rodar o corpo em vários planos.
  • Balancear o corpo - (o embalar - sensação maternal - de segurança). O típico pneu pendurado na árvore.
  • Escorregar - vertigem (plástico, terra, relva...)
  • Trepar - brincar nas alturas - cordas, árvores, paredes de escalada.
  • Lutar e perseguir.
  • Dominar orifícios - túneis, tubos, pontes, vegetação.
  • Perícias inabituais - malabarismos, cambalhotas, pinos, rodas...
  • Construir e destruir - blocos, areia, encaixes, castelos...
  • Locais secretos - brincar a desaparecer - procura de lugares escondidos, longe dos adultos.

 

PROBLEMAS ATUAIS:

  • Filhos do telemóvel. Passeiam-se mais os cães do que as crianças.
  • Dependência dos écrans - comparada ao consumo de droga e álcool.
  • Equilíbrio entre o digital e o natural.
  • Equilíbrio entre o contexto familiar e escolar.
  • Círculos viciosos: pais sem tempo - precaridade - filhos ao abandono. Problema político, social, educacional...

 

O PAPEL DA ESCOLA:

  • "Na escola não entra só o cérebro, entra o corpo todo".
  • Recreios escolares - vergonhosos, plastificados e sem riscos. A margem do risco físico diminuiu demasiado.
  • A escolarização do pré-escolar - estupidez.
  • O pensamento retrógrado de - memorizar - debitar nos testes - e continuar até à universidade.
  • Tem de haver uma grande mudança ao nível do risco e da segurança. Tem de se dar formação, aos pais, aos educadores e à sociedade em geral. É preciso descomplicar e ter presente que é normal: sujar-se, partir uma perna, esfolar um joelho... Os medos dos pais, dos educadores, da sociedade, não podem aprisionar as crianças.

"Libertem as crianças" - Carlos Neto

Continuação

Beatriz Costa, 21.03.24

1.ª Parte

DIFERENTES FASES DO BRINCAR:

  • Jogo de estereotipia rítmica - movimentos grosseiros de balancear e dar pontapés - (entre os 0 e 3 anos).
  • Brincar com as mãos - estimula a curiosidade e aptidão para a resolução de problemas.
  • Ajustamento corporal - domínio do equilíbrio corporal.
  • Aquisições motoras, sensoriais, percetivas, emocionais, cognitivas e sociais - muito importantes para futuras aquisições mais complexas.
  • Jogo do exercício - grande exaltação física e motora, com movimentos vigorosos de corrida, saltos e manipulações.
  • Atividades lúdicas e motoras - infância tardia (entre os 6 e 14 anos) - maior contacto físico - jogos de luta e perseguição.

 

NÍVEIS DE ATIVIDADE CONFORME AS IDADES:

  • Com menos de 1 ano - Bebés devem ser fisicamente ativos, várias vezes ao dia e de forma variada, incluindo-se brincadeiras no chão. É aconselhável que não passem mais de 1 hora, por dia, restringidos a cadeiras, carrinhos, etc.
    • Entre os 0 e os 3 meses - Bebés devem dormir entre 14 a 17 horas.
    • Entre os 4 e 11 meses - Bebés devem dormir entre 12 a 16 horas.
  • Entre 1 e 2 anos - Devem brincar ativamente de forma significativa, não devendo passar mais do que 1 hora inativos. Não é recomendado passar tempo sedentário em frente a écrans.
  • Entre os 3 e 4 anos - Aumentar o brincar livre e a atividade física. O tempo sedentário em frente ao ecrã não deve exceder 1 hora.
  • Entre os 5 e 6 anos - Atividades intensas de brincadeira no interior e exterior - exploração, descoberta, autonomia, etc.

 

ATIVIDADES LÚDICAS - 4 GRANDES GRUPOS:

  • Jogo simbólico - o "faz de conta".
  • Jogo com objetos - naturais, didáticos, tradicionais, entre outros.
  • Jogo social - com regras, exemplos: macaca, mata, berlindes, etc.
  • Jogo de atividade física - atividade motora (agarrar, lançar, correr, trepar...).

 

BENEFÍCIOS DO JOGO DE LUTA E PERSEGUIÇÃO:

  • Compaixão e respeito mútuo.
  • Habilidades motoras.
  • Saúde física e agilidade corporal.
  • Implementação das relações entre pais e filhos.
  • Autocontrolo e autocorreção.
  • Competição/cooperação.

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OS RISCOS:

  • O receio que as escolas têm de apostar em recreios e espaços exteriores mais desafiantes, por causa dos perigos inerentes, é uma preocupação.
  • Para existir segurança têm de existir riscos, para que a criança aprenda a enfrentá-los, sejam eles físicos ou emocionais. Um dos primeiros riscos da nossa existência é dar os primeiros passos.
  • É necessário:
    • Confronto com espaço natural ou construído - trepar, equilibrar...
    • Imprevisibilidade do meio - saltar da cama, nadar...
    • Aventura corporal e componente emocional e simbólica - corrida, jogos de luta...
    • Liberdade de escolhas de brincadeiras.
    • As crianças que se confrontam com o risco têm mais segurança. Os pais e educadores devem limitar os riscos.

 

PORQUE DIMINUIRAM OS RISCOS:

  • Urbanização limitadora do brincar.
  • Muito foco na segurança.
  • Aumento de notícias sensacionalistas.
  • Escolarização excessiva.
  • Espaços escolares padronizados, sem valor e sem riscos.
  • Diminuição do contacto com a natureza.
  • Excessiva proteção.
  • Sociedade adversa ao risco.

 

O QUE FAZER:

  • Formação parental.
  • Novos modelos pedagógicos nas escolas.
  • Criação de cidades amigas das crianças.
  • É necessário:
    • Brincar com grandes alturas.
    • Brincar a grandes velocidades.
    • Brincar com ferramentas perigosas.
    • Brincar com elementos perigosos.
    • Brincar a desaparecer.
    • Brincar à luta.

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(Todas as imagens da minha autoria)

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