"Libertem as crianças" - Carlos Neto
Continuação
DIFERENTES FASES DO BRINCAR:
- Jogo de estereotipia rítmica - movimentos grosseiros de balancear e dar pontapés - (entre os 0 e 3 anos).
- Brincar com as mãos - estimula a curiosidade e aptidão para a resolução de problemas.
- Ajustamento corporal - domínio do equilíbrio corporal.
- Aquisições motoras, sensoriais, percetivas, emocionais, cognitivas e sociais - muito importantes para futuras aquisições mais complexas.
- Jogo do exercício - grande exaltação física e motora, com movimentos vigorosos de corrida, saltos e manipulações.
- Atividades lúdicas e motoras - infância tardia (entre os 6 e 14 anos) - maior contacto físico - jogos de luta e perseguição.
NÍVEIS DE ATIVIDADE CONFORME AS IDADES:
- Com menos de 1 ano - Bebés devem ser fisicamente ativos, várias vezes ao dia e de forma variada, incluindo-se brincadeiras no chão. É aconselhável que não passem mais de 1 hora, por dia, restringidos a cadeiras, carrinhos, etc.
- Entre os 0 e os 3 meses - Bebés devem dormir entre 14 a 17 horas.
- Entre os 4 e 11 meses - Bebés devem dormir entre 12 a 16 horas.
- Entre 1 e 2 anos - Devem brincar ativamente de forma significativa, não devendo passar mais do que 1 hora inativos. Não é recomendado passar tempo sedentário em frente a écrans.
- Entre os 3 e 4 anos - Aumentar o brincar livre e a atividade física. O tempo sedentário em frente ao ecrã não deve exceder 1 hora.
- Entre os 5 e 6 anos - Atividades intensas de brincadeira no interior e exterior - exploração, descoberta, autonomia, etc.
ATIVIDADES LÚDICAS - 4 GRANDES GRUPOS:
- Jogo simbólico - o "faz de conta".
- Jogo com objetos - naturais, didáticos, tradicionais, entre outros.
- Jogo social - com regras, exemplos: macaca, mata, berlindes, etc.
- Jogo de atividade física - atividade motora (agarrar, lançar, correr, trepar...).
BENEFÍCIOS DO JOGO DE LUTA E PERSEGUIÇÃO:
- Compaixão e respeito mútuo.
- Habilidades motoras.
- Saúde física e agilidade corporal.
- Implementação das relações entre pais e filhos.
- Autocontrolo e autocorreção.
- Competição/cooperação.
OS RISCOS:
- O receio que as escolas têm de apostar em recreios e espaços exteriores mais desafiantes, por causa dos perigos inerentes, é uma preocupação.
- Para existir segurança têm de existir riscos, para que a criança aprenda a enfrentá-los, sejam eles físicos ou emocionais. Um dos primeiros riscos da nossa existência é dar os primeiros passos.
- É necessário:
- Confronto com espaço natural ou construído - trepar, equilibrar...
- Imprevisibilidade do meio - saltar da cama, nadar...
- Aventura corporal e componente emocional e simbólica - corrida, jogos de luta...
- Liberdade de escolhas de brincadeiras.
- As crianças que se confrontam com o risco têm mais segurança. Os pais e educadores devem limitar os riscos.
PORQUE DIMINUIRAM OS RISCOS:
- Urbanização limitadora do brincar.
- Muito foco na segurança.
- Aumento de notícias sensacionalistas.
- Escolarização excessiva.
- Espaços escolares padronizados, sem valor e sem riscos.
- Diminuição do contacto com a natureza.
- Excessiva proteção.
- Sociedade adversa ao risco.
O QUE FAZER:
- Formação parental.
- Novos modelos pedagógicos nas escolas.
- Criação de cidades amigas das crianças.
- É necessário:
- Brincar com grandes alturas.
- Brincar a grandes velocidades.
- Brincar com ferramentas perigosas.
- Brincar com elementos perigosos.
- Brincar a desaparecer.
- Brincar à luta.
(Todas as imagens da minha autoria)