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Aprendizagens e Reflexões

Aprendizagens e Reflexões

"Libertem as crianças" - Carlos Neto

Beatriz Costa, 18.03.24

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(Imagem da minha autoria)

Um livro extremamente atual do professor Carlos Neto, que, sem papas na língua, nos diz que as nossas crianças, atualmente, são analfabetas do ponto de vista motor. Apresento, de seguida, alguns apontamentos do livro.

 

PORTUGAL:

  • Sociedade com conhecimentos, mas até que ponto?!
  • Falta de harmonização entre o tempo de trabalho, o tempo de escola e o tempo em família.

 

O BRINCAR:

  • Necessidade de as crianças brincarem sem formatações e sem horários (em casa, na escola, na cidade, na natureza...). Brincar por prazer, sem estruturas, nem programas, pois o brincar livre não se ensina. Vive-se.
  • O brincar desenvolve a parte motora, social, cognitiva, emocional... O brincar cria imunidade.
  • O brincar depois da pandemia.
  • A necessidade de os pais brincarem com os filhos.
  • A importância de restituir a rua às crianças.
  • Necessidade de se desenvolverem estratégias, em comunidade, para tornar as cidades mais atrativas e seguras.

 

RAZÕES PARA A DIMINUIÇÃO DO BRINCAR:

  • Mudanças rápidas na sociedade (epistemológicas, demográficas, nutricionais...). O aparecimento do digital.
  • Superproteção parental.
  • Medos dos pais e educadores.
  • Redução das margens de risco. Se não correm riscos, não aprendem a viver em segurança.
  • Falta de independência de crianças e jovens.
  • Diminuição da literacia física, lúdica e motora.
  • Muitas horas sentadas, em casa e na escola.
  • Restrição e ausência dos tempos de recreio.
  • Agendas muito estruturadas.
  • Ausência de contacto com espaços naturais.
  • Planificação da estrutura urbana pouco amiga das crianças.
  • Ausência de uma política eficaz de harmonização entre o tempo de trabalho dos pais, o tempo na escola e o tempo em família.

 

CONSEQUÊNCIAS DA PRIVAÇÃO DO BRINCAR:

  • Narcisismo.
  • Sedentarismo.
  • Aversão ao risco.
  • Imaturidade.
  • Baixa autoestima.
  • Reduzida perceção espacial e temporal.
  • Menor desenvolvimento das áreas do córtex pré-frontal do cérebro.
  • Medo e insegurança.
  • Depressão.
  • Perda experiências de vida.
  • Sintomas físicos - dores de cabeça, alergias, dores de costas...
  • O jogo, na infância, permite-nos ser, no futuro, um adulto realizado, autónomo, empreendedor, emocionalmente estável... Quando não brinca a criança não desenvolve a flexibilidade mental - as formas de agir no mundo, os contactos com os outros... Isto gera: ansiedade, hiperatividade, problemas de sono, diabetes, doenças cardíacas...

 

CASTRAÇÃO:

  • Queremos que as crianças sejam “adultos em miniatura”: cumpridoras, domesticadas, sempre limpas, medrosas e quietas. Uma criança que não brinca de forma regular e sem constrangimentos não é uma criança saudável.
  • "As crianças não votam, não têm partidos políticos, nem sindicatos e são ouvidas com pouca frequência sobre as suas ambições, interesses, sonhos e motivações".

 

PORQUE É NECESSÁRIO LIBERTAR AS CRIANÇAS:

  • Para poderem brincar mais tempo de forma livre.
  • Para adquirirem maior literacia motora e lúdica.
  • Para terem mais oportunidades de correrem riscos.
  • Para deixarem de estar muito tempo sentadas e quietas seja em casa, ou na escola.
  • Para deixarem de ter agendas muito estruturadas.
  • Para dar mais liberdade da superproteção parental e dos medos dos adultos.
  • Para promover mais autonomia e mobilidade.
  • Para promover o brincar livre nas escolas.
  • Para promover o contacto com a natureza.
  • Para promover políticas públicas para a cidade, aumentando a participação das crianças.

 

CONTINUA

Educar para as emoções #2

Beatriz Costa, 06.03.24

Não se esquece um amor do dia para a noite. Aliás, nunca se esquece. Fica sempre na memória... Eles enamoraram-me e não dá para esquecer. Ainda para mais quando ainda é tudo muito recente. Uma pessoa habitua-se a eles e eles a nós. Se calhar é defeito meu, não sei, mas quando me entrego é de corpo e alma. Se me sinto bem no local em que estou a trabalhar tento dar o meu melhor.

 

É muito bom conhecer pessoas novas e diferentes realidades, mas é muito bom ter estabilidade também. A verdade é que me afeiçoei muito às pessoas com quem tive o gosto de trabalhar, miúdos e graúdos. Não poder continuar doeu. Não me apercebi disso na altura, mas é a realidade. Pensei que ia ser tranquilo passar dali para outro sítio, como um passeio no parque, mas não foi.

 

Aquele grupo e aquela equipa deixam saudade. Foi o meu primeiro grupinho! Foi o meu primeiro trabalho como educadora! E foi tão bom e especial! Ainda estou no processo de deixar ir... Ficar com as boas memórias, manter contactos, mas continuar. Se não deu era porque não tinha de ser. Há mais caminhos a descobrir!

Educar para as emoções

Beatriz Costa, 04.03.24

Não é sobre ser forte ou não. É sobre, por vezes, nos sentirmos à deriva. Há momentos assim e está tudo bem. Não é sobre: "tu és superior a isso". É sobre sentirmos as emoções à flor da pele e está tudo bem. É sobre tristeza e revolta.

 

É sobre a mudança constante. É sobre não poder fazer grandes planos. É sobre ter que adaptar a um novo horário, novos colegas, novo ambiente, novo espaço, novos miúdos, novas famílias...

 

É sobre gostar de sítios e não poder ficar... É sobre não gostar de sítios, arriscar, sair, e voltar a mudar... É sobre fazer mais uma substituição, nunca sabendo quando a "verdadeira" educadora irá voltar... É sobre sentir que o grupo de crianças não é "nosso"... É sobre sentirmo-nos perdidos nas nossas práticas educativas, porque não estamos ali desde o início, não sabemos o que está feito, ou não... É sobre sentirmo-nos como se estivéssemos apenas a "tapar buracos"... 

 

É sobre ter de tomar decisões rápidas. Ficar ali ou acolá... Voltar à estaca 0 ou fazer mais uma substituição... É sobre ter de mostrar sempre boa cara, porque trabalhamos diretamente com crianças e os seus familiares... É sobre ter uma hipótese e logo a seguir ser recusada... É sobre ter hipóteses e recusar, porque não estamos bem... É sobre sentir que as nossas ideologias não se encaixam no sistema de ensino português... É sobre pressão e expectativas alheias...  É sobre pressão sobre nós próprios para insistir e persistir... É sobre ter de parar... É sobre saber dizer não... É sobre tudo isto e muito mais... Não é sobre ser forte ou não. É sobre, por vezes, nos sentirmos à deriva.

Aplicações Educativas

Beatriz Costa, 26.02.24

Aplicações que podem ser usadas em meio escolar, mas não só. Utilizei algumas delas durante o percurso académico. Ajudam a tornar o ensinar e o aprender mais atrativo e dinâmico. A verdade é que vivemos, atualmente, no mundo das tecnologias e já que elas existem que sejam usadas para melhorar a nossa vida e, neste caso, o ensino. Fica aqui a lista.

A ver... #5

Beatriz Costa, 09.02.24

(Vídeo retirado do YouTube)

A medida “creche feliz”, que afinal não foi assim tão feliz, prometia gratuitidade e prometia mais vagas, mas não foi isso que aconteceu... Contudo tentou-se contornar. Aumentou-se o número de crianças por sala, mas sem se aumentar o número de adultos, e sem se aumentar às salas... :(

 

A ver... #4

Beatriz Costa, 07.02.24

(Vídeo retirado do YouTube)

Alguns dos pontos abordados:

  • Uma criança de 18 meses não interagia com os cuidadores, nem brincava simbolicamente, devido à exposição aos ecrãs. Bastou retirar os ecrãs e brincar com a criança. Passados 6 meses, normalizou totalmente.

 

  • Intervenção do Professor Carlos Neto, professor de motricidade, que trabalha há quase 5 décadas com crianças, comenta que nunca antes assistiu a uma geração de crianças como atualmente. Sabem jogar jogos eletrónicos como ninguém, mas quando lhes dão a possibilidade de brincarem questionam: "brincar a quê?!"

 

  • Comentários de uma Educadora de Infância sobre o uso dos telemóveis com crianças de creche e de pré-escolar. Os pais usam os telemóveis como tábua de salvação: para dar de comer, para pôr a dormir, para entreter, ou quando os miúdos estão agitados… Depois torna-se um vício e é difícil reverter a situação.

 

  • A OMS prevê que até aos 2 anos não deveria existir nenhuma exposição aos ecrãs. Entre os 2 e os 4 anos a exposição deveria ser, no máximo, 1 hora por dia.

 

  • A televisão quase já passou à história. Os telemóveis, os tablets, as redes sociais, os jogos… São a atual DEPENDÊNCIA.

 

  • Cada vez mais famílias procuram a ajuda de terapeutas e psicólogos devido ao uso dos ecrãs. A verdade é que vivemos na época do digital, a sociedade evoluiu e nós temos de nos adaptar. Não é uma questão de proibições e castigos, é uma questão de saber como lidar.

 

  • O perigo de não existir controlo parental. O perigo do WhatsApp e das redes de pornografia infantil que são criadas através desta aplicação. O perigo das outras redes sociais e dos pedófilos que estão sempre à espreita.

 

  • O adulto como exemplo.

 

 

  • Entre outros assuntos...

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