Webinar - "Libertem as crianças"
(Vídeo retirado do YouTube)
Um webinar com o professor Carlos Neto que veio reforçar a leitura do seu livro, já falado aqui e aqui. O webinar foi realizado através da plataforma Zoom, para quem se inscreveu, mas devido ao número elevado de participações a instituição partilhou o vídeo também no YouTube.
O FUTURO:
- Estranho, imprevisível, desconhecido...
- É necessário dar ferramentas às crianças para que elas se adaptem às adversidades.
O BRINCAR EM DECLÍNIO:
- Aparecimento de desordens mentais, para além das físicas.
- Desaparecimento da "escola de rua".
- As transições - digitais, educacionais, climáticas...
- Ver a "cidade" pelo vidro do carro.
- Portugal - o país mais sedentário da Europa.
- Declínio da saúde mental.
- Aumento da obesidade.
- "Pandemia do século" - muito tempo sentados.
O BRINCAR:
- Plasticidade e amplitude neurológica.
- Capacidade adaptativa.
- Brincar não só com brinquedos, mas com objetos da natureza, brincar com os outros, brincar ao "faz de conta".
- Confrontar-se com o risco (físico, mental, emocional, digital...).
- Dá-se mais importância à sujidade das crianças, devido às brincadeiras, do que aos perigos digitais.
- Necessidade de contacto físico - brincar às lutas, à fuga, à perseguição, à simulação da morte. Não proibir, incentivar.
- Quanto mais confronto com o risco, maior segurança. Dá-se o exemplo dos países nórdicos - um bom exemplo de uma educação mais voltada para a natureza e mais ousada.
AÇÕES MOTORAS - BRINCAR:
- Equilíbrio.
- Rodar o corpo em vários planos.
- Balancear o corpo - (o embalar - sensação maternal - de segurança). O típico pneu pendurado na árvore.
- Escorregar - vertigem (plástico, terra, relva...)
- Trepar - brincar nas alturas - cordas, árvores, paredes de escalada.
- Lutar e perseguir.
- Dominar orifícios - túneis, tubos, pontes, vegetação.
- Perícias inabituais - malabarismos, cambalhotas, pinos, rodas...
- Construir e destruir - blocos, areia, encaixes, castelos...
- Locais secretos - brincar a desaparecer - procura de lugares escondidos, longe dos adultos.
PROBLEMAS ATUAIS:
- Filhos do telemóvel. Passeiam-se mais os cães do que as crianças.
- Dependência dos écrans - comparada ao consumo de droga e álcool.
- Equilíbrio entre o digital e o natural.
- Equilíbrio entre o contexto familiar e escolar.
- Círculos viciosos: pais sem tempo - precaridade - filhos ao abandono. Problema político, social, educacional...
O PAPEL DA ESCOLA:
- "Na escola não entra só o cérebro, entra o corpo todo".
- Recreios escolares - vergonhosos, plastificados e sem riscos. A margem do risco físico diminuiu demasiado.
- A escolarização do pré-escolar - estupidez.
- O pensamento retrógrado de - memorizar - debitar nos testes - e continuar até à universidade.
- Tem de haver uma grande mudança ao nível do risco e da segurança. Tem de se dar formação, aos pais, aos educadores e à sociedade em geral. É preciso descomplicar e ter presente que é normal: sujar-se, partir uma perna, esfolar um joelho... Os medos dos pais, dos educadores, da sociedade, não podem aprisionar as crianças.